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Homem de 50 anos é espancado por familiares ao se declarar gay: “Eu só quero paz e justiça”


O cantor e dançarino Ronaldo de Paula, conhecido artisticamente como LATIF, viveu um marco de coragem e dor ao se assumir homossexual aos 50 anos. Residente de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, LATIF decidiu revelar sua orientação sexual após o falecimento de seus pais, libertando-se de anos de silêncio. No entanto, a decisão gerou um episódio brutal de violência por parte de seus próprios familiares, que o agrediram física e verbalmente. “Uso a palavra homofobia, pois tudo mudou assim que me liberei da mentira de fingir ser hétero”, afirmou em entrevista ao portal
 Metrópoles.

O incidente ocorreu no início de dezembro de 2023, quando uma discussão com uma prima, motivada pelo uso da água de sua casa, escalou para uma agressão coletiva. LATIF foi atacado por ao menos sete parentes, incluindo primos e tios, que utilizaram cabos de vassoura, socos e pontapés. Os agressores ainda invadiram a residência do artista e continuaram a violência até que ele perdesse a consciência. Segundo a vítima, além de sua orientação sexual, seu vínculo com o umbandismo também teria motivado os ataques. “Eles apoiam uma igreja que não aceita as religiões de matriz africana”, relatou.

Apesar de buscar auxílio imediato das autoridades, LATIF enfrentou desprezo e falta de empatia. Ao registrar o boletim de ocorrência, ele foi recebido com descaso, ouvindo frases como “aqui não é hospital para você chorar”. Mesmo ferido, foi encaminhado de um posto policial a outro, sem que o caso fosse tratado com a seriedade necessária. Em janeiro deste ano, ao retornar à delegacia para verificar o andamento do inquérito, enfrentou novamente a indiferença das autoridades. “O atendente me tratou igual cachorro”, desabafou o artista.

LATIF agora luta por justiça e por condições de recomeçar sua vida. O cantor, que reside no mesmo terreno que os parentes agressores, busca apoio jurídico para que os responsáveis sejam punidos. Ele também espera que seu caso sirva como alerta para os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil. “Eu só quero paz e justiça para realizar meu sonho de viver do que amo, que é cantar e dançar”, concluiu.

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