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Maria Alcina


 Aniversariando hoje a cantora mineira da cidade de Cataguases, Maria Alcina.

Alcina, que nasceu no dia 22 de abril de 1949, começou a cantar ainda em sua cidade natal depois de algumas experiências em teatro. Participou do 1º Festival Audiovisual de Cataguases ainda menor de idade e conheceu alguns dos maiores músicos, compositores e intérpretes da cena musical brasileira da época: Antonio Adolfo (que logo depois daria seu primeiro emprego no Rio de Janeiro), Nelson Motta, Jards Macalé, Torquato Neto e Marcus Vinícius (autor da primeira música gravada por Alcina, "Azeitonas Verdes", lançada em compacto no início da década de 1970).

Logo depois de sua bem sucedida participação no festival, Maria Alcina foi tentar a sorte no Rio de Janeiro. Lá, Alcina trabalhou no escritório da produtora de Antonio Adolfo, a Brazuca, e começou a ter experiências em teatros de revista, junto com a já famosa Leila Diniz, e boates. Protagonizou shows memoráveis na Boate Number One, no circuito cult da cidade. Ainda naquela década, Maria Alcina deixou a cena pós-tropicalista da MPB de pernas pro ar. Depois de gravar um compacto em 1971 com a emblemática "Mamãe, Coragem" (Caetano Veloso/Torquato Neto), que Gal Costa cantava no LP Tropicália, ela estourou no ano seguinte, vencendo o VII Festival Internacional da Canção, na TV Globo, com uma apoteótica interpretação de "Fio Maravilha" (Jorge Ben). Imagine a cena: uma mulata com uma voz rouca bastante masculina, maquiagem extravagante, roupas irreverentes e gestos carnavalescos.

Mas, naquela época, rupturas, de um modo geral, não eram nada bem vistas e, em 1974, ligando a TV, Alcina tomou conhecimento de que fora censurada em todo o Brasil, chegando a responder processo logo depois por causa de seu gestual espalhafatoso. O impacto causado pela cantora pode ser entendido se pensarmos que apenas dois anos antes, ainda não havia Secos & Molhados e suas maquiagens e o rebolado de Ney Matogrosso. As Frenéticas só se auto-proclamariam bonitas e gostosas em 1976.

Lançou músicas de João Bosco e Aldir Blanc (Kid Cavaquinho, Beguine Dodói, Amigos Novos e Antigos), Eduardo Dusek (Folia no Matagal), Rita Lee (Tum-Tum), reviu Noel Rosa (Coração e Seu Jacinto) e o repertório das divas do rádio, de forma totalmente anárquica, eletrizando arranjos e rindo ou gritando conforme a música pedisse, em números originalmente criados por Marlene (E Tome Polca), Emilinha Borba (Paraíba), Lana Bittencourt (Haja o Que Houver), Aracy de Almeida (Escandalosa), Bando da Lua (Maria Boa) e, claro, Carmen Miranda (Alô, Alô e Como Vaes Você). E assim, entre homenagens elétricas às cantoras do rádio e a descoberta de novos autores, Alcina lançou seus dois primeiros LPs em 1972 e 1974.

Mesmo depois do baque da censura, Alcina ainda conseguiu lançar um disco no final da década de 1970. "Plenitude" (1978, Copacabana) não obteve o mesmo sucesso de seus discos anteriores, mas a cantora continuava a fazer shows pelo Brasil.

Em meados da década de 80 voltou a fazer sucesso com algumas músicas retiradas do folclore, as impagáveis "Prenda o Tadeu", "É mais Embaixo" e "Bacurinha" (todas retiradas do disco Prenda o Tadeu, 1985, Copacabana).

Participou de vários "Programas do Chacrinha", do "Qual é a Música" e de todos os outros daquela época. Percorreu todo o país com vários shows, ficando conhecida internacionalmente.

O início do século 21 tem sido um período de buscas, revalorizações e desafios para Maria Alcina. Começou a fazer teatro e cantar sob a direção de Luiz Antonio Gasparetto no Espaço Vida & Consciência e teve seus dois primeiros discos lançados em CD pela Warner com faixas bônus e remixes de Fio Maravilha e Paraíba (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira).

Em 2003, logo após uma temporada de shows no Bar Brahma em São Paulo para comemorar seus 30 anos de carreira, Maria Alcina foi convidada para participar de um evento musical no SESC Pompéia.

Em 2009, Maria Alcina comandou a 1ª noite de carnaval em Rio Branco, Acre, cantando seus maiores sucessos e muitas marchinhas em homenagem ao centenário de nascimento de Carmem Miranda. Também em 2009, Maria Alcina lança o CD "Confete e Serpentina".

Ainda em 2009 foi a vencedora em duas categorias do Prêmio da Música Brasileira (antigo Prêmio Tim): Melhor Disco de Música Popular (Confete e Serpentina) e Melhor Cantora de Música Popular.

Em 2014 gravou o CD de nome De Normal Bastam Os Outros com a produção de Thiago Marques e em 2016 o DVD.

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